segunda-feira, 7 de junho de 2010

Jogo sem vencedor....








No começo, quanto mais você me esnobava, mais eu queria você. Eu sempre vi o nosso amor como um jogo. Sem regras e sem tempo estimado. Era uma bebida com veneno.
Se você me atacasse, eu atacava você. E se eu te atacasse você me atacava também. Não tínhamos limites, gostávamos mesmo de nos maltratar. A dor virava prazer, a tristeza virava emoção. Era uma ventura, sem limites.
E então, você jogou pesado demais.
E quando se percebe que irá perder em um determinado tempo do jogo, você há de pensar em desistir. Eu pensei seriamente no momento da sua jogada, mas por teimosia, continuei apostando. Apostei um preço alto demais, e continuei perdendo. Foi então que eu desisti.
Acho que eu corri atrás de outros jogos, mas vi que nada se comparava ao nosso. Então, eu fui tentando esquecer toda essa loucura. Era difícil, mas eu havia desistido. Em momento algum, eu quis te deixar, e em momento algum, eu te deixei. Porém, eu desisti de toda aquela loucura.
E quando você desconfiou que pra mim já tanto faz, você tentou dar cartadas altas a meu favor. Porém, eu já havia saído do jogo.
Como todo jogador que se preze, eu fiquei tentada a voltar ao jogo com suas apostas. Mas como decisão tomada é um juramento para mim, eu não voltei a jogar.
Acho que você ainda não entende que eu desisti. Mas acho que no fundo, você também desistiu.
Quando dois grandes jogadores se encontram, a partida é emocionante, porém o final é desprezível - ou um desiste, ou os dois empatam. E eu, não queria jogar como você, meu jogo era mais raciocínio, o seu era mais vontade.
Nunca quis empatar, quis vencer. Mas chegou um dia, que desistir era melhor que perder.
Agora, eu vou atrás de outro jogador, alguém que eu possa competir, sem ser enganada. Seguiremos nossas partidas, sem se precipitar em pensar que algum dia voltaremos a competir.